para reforçar o Partido
Maior, mais forte<br>e com raízes mais profundas
O reforço da organização e intervenção do Partido é, em todas as etapas e fases da luta dos comunistas, uma questão determinante e prioritária.
Nos últimos anos o Partido reforçou-se
Aos diversos níveis da estrutura partidária estão a realizar-se reuniões e plenários de militantes com o objectivo de proceder a uma ampla discussão e análise da situação política decorrente das eleições legislativas de 4 de Outubro e de programar o trabalho do Partido no futuro imediato. Nas últimas edições do Avante! demos conta da avaliação que um vasto conjunto de direcções de organizações regionais fez dos resultados eleitorais e do seu significado. Mas nessas reuniões, como em muitas outras, a tónica foi colocada no necessário reforço da organização e intervenção do Partido.
Na última reunião do Comité Central, realizada a 6 de Outubro, decidiu-se levar a cabo, até final do próximo ano, uma campanha visando a concretização da Resolução «Mais organização, mais intervenção, maior influência – um PCP mais forte», aprovada pelo CC em Dezembro de 2013 e que contém as linhas fundamentais que devem presidir ao reforço do Partido. Um dos objectivos desta campanha é, desde logo, fortalecer a organização e intervenção do Partido nas empresas e locais de trabalho, mediante a criação e reforço de células, o recrutamento e integração de novos militantes, o destacamento de quadros e a dinamização da iniciativa e acção política e de massas.
O desenvolvimento e estruturação do trabalho de massas é outra matéria central, assumindo particular importância a intervenção e organização junto dos reformados e pensionistas, dos intelectuais e quadros técnicos, dos jovens, dos micro, pequenos e médios empresários, pequenos e médios agricultores e outras camadas, sectores sociais e áreas de intervenção. A resolução do CC aponta, ainda, para a adopção de medidas de direcção, de responsabilização de quadros e de assunção de tarefas regulares por parte dos militantes do Partido e ainda para a promoção da adesão, integração e responsabilização de novos militantes.
O reforço das estruturas e do trabalho de propaganda, o desenvolvimento de medidas no âmbito das comunicações electrónicas e a realização de uma campanha nacional de difusão do Avante! são outras das medidas a concretizar, a par da tomada de medidas que garantam a independência financeira do Partido.
Crescer e avançar
Estas decisões do Comité Central (quer as tomadas no passado mês de Outubro quer as assumidas em Dezembro de 2013) entroncam nas decisões do XIX Congresso do PCP que, avaliando a situação nacional e a conjuntura internacional, realçou que o «tempo presente e futuro colocam ao Partido novas e grandes exigências com consequências na sua intervenção e organização»: foi, assim, decidida a concretização de uma «acção geral e integrada de reforço do Partido» que envolvesse as várias linhas de organização e intervenção e o conjunto das organizações e militantes.
A resolução de Dezembro de 2013 apontava com pormenor em que direcções se deveria concretizar este reforço da organização e da intervenção partidárias. Algumas das suas linhas fundamentais conheceram já grandes avanços, como sucedeu com a acção de contactos com os membros do Partido, que permitiu recuperar e regularizar o pagamento de milhares de quotizações, integrar mais militantes em organismos, responsabilizando-os por tarefas, e ainda elevar a militância de muitos comunistas. As organizações que não a tiverem ainda concluído deverão fazê-lo o quanto antes, decidiu o CC na sua última reunião.
Na ocasião foi também lançada a campanha de recrutamento «Os Valores de Abril no Futuro de Portugal», com a qual se pretendia trazer ao Partido, até Abril deste ano, 2000 novos militantes. No dia 14 de Maio, o Avante! noticiou o êxito da campanha, entretanto concluída: «o PCP tem hoje 2127 novos membros para dar mais força à luta pela alternativa patriótica e de esquerda, pela Democracia Avançada e pelo socialismo.»
Entretanto, na Festa do Avante! de 2014 foi anunciada a aquisição da Quinta do Cabo, que se juntará à Quinta da Atalaia já na próxima edição da Festa. A campanha de fundos «Mais Espaço, Mais Festa. Futuro com Abril», para sustentar esta audaciosa decisão, teve um início auspicioso, estando já alcançado metade do ambicioso objectivo. A 6 de Outubro, o CC destacou a necessidade de tomar medidas para «prosseguir e ampliar o interesse e apoio que se verifica de modo a assegurar o seu êxito».
Questão estratégica e decisiva
Na Resolução Política do XIX Congresso do Partido, realizado em finais de 2012, o reforço do PCP e da sua «influência social, política e eleitoral» é apontado como uma das condições essenciais para a ruptura com a política de direita e para a construção da alternativa patriótica e de esquerda. Por maioria de razão, o mesmo sucede – como expressa o Programa do PCP – para objectivos mais vastos como a Democracia Avançada e o Socialismo.
Quanto às restantes condições apontadas na Resolução Política do Congresso e no Programa do PCP – a intensificação e alargamento da luta de massas e a convergência de democratas e patriotas – elas de forma alguma estão desligadas do reforço do Partido. Como a experiência histórica comprova, a existência de um partido comunista forte, coeso e combativo é um factor decisivo para a ampliação da luta dos trabalhadores e de outras classes e camadas antimonopolistas e para o alargamento do seu prestígio junto de diferentes sectores, forças e personalidades.
Um PCP forte, com raízes nos trabalhadores e no povo e capaz de ganhar amplas massas para o seu programa é essencial para tornar mais próximas as transformações progressistas e revolucionárias por que lutam os comunistas e para determinar a sua profundidade e o seu curso. Este necessário e multifacetado reforço faz-se de múltiplas tarefas e de um permanente empenho, num constante fazer e refazer.